quarta-feira, 26 de junho de 2013

Greve dos servidores estaduais de educação

Greve dos servidores estaduais de educação
É importante lembrar aqui que esta greve não é uma decisão puxada por partidários, e nem tão pouco precipitada, esta greve trata-se de uma constante luta pelos os direitos constituintes, democráticos, amadurecida pelas inúmeras vezes que ficamos estagnados, calados de tantos absurdos que para mim, nunca tinha vivenciado  e além disso o respeito mútuo que deve existir entre empregado e patrão.
Temos motivos incontáveis e históricos para nos manifestarmos o nosso descontentamento e fazer de fato acontecer às coisas que estiveram por muito tempo adormecidas, esquecidas pelas autoridades, pelos governantes deste país e até por nós trabalhadores. Nossas manifestações não é uma manifestação “Maria vai com as outras”, pois bem antes desta manifestação e protestos nacionais nós já havíamos paralisados as atividades no início do ano letivo 2013.
Então para começar cadê o panetone que o governo oferecia para os trabalhadores em educação? Eu não recebi o meu! E se for para falar de salários o governo diz que é o maior salário do Brasil que os professores do ACRE recebe, mas esquece de falar também que em especial Cruzeiro do Sul-Acre tem uma das cestas básicas mais caras do país, a gasolina, os serviços enfim o custo de vida exorbitante. O concurso de 2010 promovido pelo governo e realizado pela FUNCAB (inscrição paga) não era compatível o tempo disponibilizado com o grande número de questões que estavam na prova, o número de vagas oferecido na ocasião era incompatível em relação a real necessidade para suprir o défice de professores.  O que aconteceu todo mundo sabe, mas ninguém fez nada. Já em 2013 este concurso realizado por essas empresas cada uma mais enrolada que a outra em especial a empresa que realizou o concurso do EJA. A inscrição 50,00 para passar num concurso provisório com prazo de validade menor a da conserva bovina, validade 12 meses, enquanto num mesmo período a prefeitura de Cruzeiro do Sul, realizava concurso efetivo com a inscrição gratuita em todas as áreas, eu não sei o que aconteceu que ninguém fez nada o nosso Sinteac não mobilizou a categoria e teve muita inscrição porque as pessoas estão carentes de oportunidades, de empregabilidade que assegure o sustento de seu e de sua família e nem provisório o Estado ofereceu para os profissionais de escola, pois já são terceirizados e assim fica fácil passar a culpa de atrasos de pagamentos, de recebimento previdenciário, direitos trabalhistas, férias, 13º salário etc.
Relatarei um pouquinho do “Prêmio de Valorização Profissional” a tão problemática VDP (valorização de desempenho profissional), ou (vale desmoralizar professores), (vale desestruturar profissionais), (vale dedurar professor) etc. Isso é uma ditadura disfarçada de prêmio, pois nunca passou um semestre sem dar problemas, as reclamações são constantes e o descontentamento é frequente por parte de praticamente toda categoria e inclusive alguns gestores utilizam-se disso para poder ter uma pouco mais de governabilidade com seus profissionais da educação e isso é torturante ter que ouvir que isso, ou aquilo estar vinculado com a VDP, que se não for 90% de aproveitamento no preenchimento da ficha não receberá um centavo de prêmio de valorização, se não participar dos cursos oferecidos pelo núcleo com o percentual de 95% de presença não receberá, se ficar doente não recebe também. Isso será que não é ameaça? Não submissão ao sistema? Será que nós profissionais de Educação não sabemos nossas responsabilidades? E para completar agora até a VDG (prêmio de desempenho da equipe gestora) estão ameaçando, condicionado, pois se assim não acontecer não recebe. A avaliação institucional (pge) se não entregássemos no dia marcado não tinha dinheiro no final do semestre e eu não sei se é no fim de cada semestre, pois já houve atrasos e os professores ainda estão insistindo para receber a que seria pago no final do ano de 2012, só para não esquecer estamos em 26 de junho de 2013. Então é melhor deixar a VDP e VDG e voltar o panetone....
Perguntaram-me: Porque irão fazer greve? É só por causa do salário? Os professore do ACRE não ganham tão bem? Eu acho que este pequeno relato que mais parece um desabafo responde essas perguntas que a população é induzida a pensar e até questionar a categoria de profissionais de educação.
Vagno dos Santos Muniz
Cruzeiro do Sul- acre, 26 de junho de 2013.